terça-feira, 10 de dezembro de 2019

A Estrelinha de 16 Maio 2008




16 de Maio de 2008

Amigo, Filho Querido,

Preciso, antes de tudo, agradecer por tudo o que você me deu nestes doze anos: companhia, amor, alegria, orgulho, fidelidade.
Estou com o coração partido. Minha vida nunca mais será a mesma sem você. A mamãe ficou muito pobre quando você se foi... Estou muito sozinha, Fo. Muito. É uma dor imensa.

Lembro o dia em que, após uma grande cirurgia, fui a uma loja chamada Máfia Canina, especializada em schnauzers. Lá encontrei você. Coloquei meu rosto perto da grade onde estava uma ninhada com cinco lindos bebês.
Eu queria uma “menininha”. Todos dormiam, menos um — o mais grandão e gordinho — que, afastado dos outros, me olhava e rosnava. Foi se aproximando e pegou com os dentes meus cabelos… e não mais soltou.
A dona da loja veio me "salvar" e ficou muito espantada quando eu disse que levaria aquele, pois ele me havia escolhido.
Foi mesmo amor à primeira vista, não é?

Você nasceu no dia 6 de março de 1996, filho de campeões: mamãe Ana dos Remansos, toda prata, e papai Ray, sal e pimenta. Importante!

Fomos ficando amigos. Dia após dia, fomos nos conhecendo e nos tornamos inseparáveis.
Você nunca gostou de colo, nunca foi afeito a lambidas, beijinhos e essas coisas comuns aos cachorrinhos. Tinha uma personalidade forte, exigente — muitas vezes bravo até com a mamãe —, coisas que sempre vi como qualidades.
Você sempre foi muito digno, meu querido amigo. Sempre.
Sempre gostou de andar limpinho, cheiroso, e nunca — nunca — fez necessidades dentro de casa. Sempre pedia para sair.

Seus irmãos, Gretta e Nathan, também estão muito tristes com sua partida. Eles sempre te amaram, filho lindo.
Ao virmos para cá com o Bob, você foi meu pedacinho de mundo que pude trazer comigo.
Motivo do meu riso ao amanhecer e ao anoitecer. Um pouco da minha vida no Brasil, das minhas raízes — você representou muito em minha vida, Fo.

Ao acordar, a festa que você sempre fazia com seu “bom dia”...
Ao chegar em casa, e ao anoitecer, quando você dormia pertinho da minha cama...

O que vou fazer sem você agora, filho?
Tenho tanta saudade já! Estou tão pobre... Dói muito sua ausência...

Hoje conversei com a Tia Bárbara, que sempre te quis muito bem também.
Ela me disse que você está lá no Céu. Eu queria muito ter ido com você, querido.
Ela me disse que você está bem e alegre.
Fico preocupada de você se sentir inseguro ou amedrontado por estar sem a mamãe, mas a Tia falou que você não está sozinho...

Amigo meu, um dia estarei com você.
Vou ao seu encontro, e vamos passear juntos outra vez.

Fique com D’s, meu amor querido.
Muito obrigada por tudo que me deu.
Perdoe-me se, de alguma forma, alguma vez, falhei com você. Perdão.

Guarde todo o meu amor… e espere por mim.

Mamãe