Fevereiro de 2020
Living Life — Vivendo a Vida
Muitas vezes, quando estou no ônibus aqui em Karmi'el, sinto algo como uma euforia...
Vou olhando as montanhas lindas, os transeuntes, lojas, mercados. As árvores e as flores. Os gatos, pachorrentos e felizes. Nenhum cão nas ruas, com exceção dos que passeiam com seus donos. Não existem cães abandonados vagando tristemente, famintos pelas calçadas.
Olho para o céu do meu país e, silenciosamente, agradeço a HaShem pelo privilégio de viver aqui.
Meu coração canta.
Sinto que cheguei, que fiz minha Aliá, e repouso nas mãos do Eterno.
Então olho dentro do ônibus e vejo nossa gente. O ônibus cheio — um prato cheio, kkkk!
Como na maioria das vezes, saio no meio da manhã, quando os adultos jovens estão trabalhando e os mais novos, na escola.
Muita gente de idade nos ônibus, falando russo, hebraico, ucraniano, francês, espanhol de vários lugares. Um pouco de inglês também.
Os motoristas (alguns que já conheço pelo nome!) falam hebraico e árabe. Alguns são árabes, outros judeus, muitos drusos.
Um misto de odores invade meu nariz para completar esse balagan...
Comida, pão, aqui e ali uma nota de alho e cebola, sabonete e perfume.
Muitos levam consigo carrinhos — imensamente populares aqui — para as compras no mercado.
Ah!!! E quando entram nossos soldados...
Somos todos da FAMÍLIA. Todos nós amamos todos eles — e nos orgulhamos tanto!
Não existe jovem que não ofereça seu lugar a uma senhora ou a um senhor de idade.
As mulheres grávidas também jamais são vistas de pé. E, quando há crianças nos ônibus, todos, sem exceção, tomam conta para que estejam a salvo e comportadas.
Por vezes, Moshe me pergunta por que estou sorrindo.
Fico me perguntando se essa gente toda sabe do grande privilégio que é morar aqui, em Israel.
Judeus do mundo inteiro.
Aqui não sofremos perseguições. Somos livres e orgulhosos para viver nossa cultura — que, no final, acaba sendo uma mistura deliciosa das culturas do mundo todo!
Olho os rostos, as expressões, escuto os sons e sinto o cheiro de toda essa mistura.
Tenho vontade de cantar, de sorrir.
Amo.
Uma grande onda de amor infinito me transborda, sobe aos meus olhos e rola mansinha, molhando meu rosto.
Sou completa.
Cheguei ao meu lugar no mundo.
Esther Crouch