Vivendo a Alyiá
Novembro, 2020
Não me surpreendo mais quando as pessoas dizem que pareço tão feliz e me perguntam o segredo.
Não há segredo!
Sou grata por estar aqui.
Por ter feito Aliá.
E por, aos 70 anos, estar com saúde para me conectar com pessoas que, como eu, têm o privilégio de viver aqui.
Acordar pela manhã com o cantar dos pássaros...
Ver todo esse verde maravilhoso...
Passear por entre flores de um colorido tão vibrante...
É festa para os olhos — que, Baruch HaShem, ainda podem ver!
E sentir o aroma das frutas e verduras — nesta terra de tamanha abundância.
Como não ser feliz quando se tem tanto a agradecer?
Andar de ônibus é maravilhoso —
quando se gosta de gente.
Gosto de estar com minha gente —
Cada um com sua história de vida, vindos de lugares tão diferentes,
e unidos aqui pelo amor a esta Terra,
onde podemos ser judeus sem medo,
sem sermos "tolerados".
Essa é a nossa casa.
E estou sempre muito feliz por estar em casa!
Essa é a herança que deixo, orgulhosa, para meus filhos e netos:
a compreensão do imenso valor que é ser judeu,
sem esquecer a grande responsabilidade que isso carrega.
Aqui, temos tudo kasher.
Vou ao supermercado e não preciso ficar em dúvida.
Temos restaurantes kasher maravilhosos!
Aqui, sou conhecida pelo nome.
As pessoas falam comigo como se fôssemos velhos conhecidos — ou membros da mesma família.
E se não falo hebraico, não tem importância!
(Baruch HaShem, não preciso trabalhar!)
Todos falam um pouco de inglês, francês, espanhol, ídiche...
E além disso — como diz meu Moshe —
eu me comunico de qualquer jeito!
Falo com os olhos, com o sorriso, com as mãos — com todo o meu ser.
A gratidão de estar em Eretz é imensa.
Chego ao supermercado e já sou saudada pelo nome.
Os empregados me conhecem.
Discuto com o açougueiro — que, diga-se de passagem, já me conhece bem —
e me espera com um sorriso pela minha meshugass!
É verdade: pra mim, tudo é naches, tudo é geshmak!
Saio na rua como se fosse para uma festa.
Não aprecio yachnerai, mas tenho sempre tempo para uma boa conversa.
Gosto de rir, de brincar,
amo as pessoas que amam Israel.
Quer me ver enfurecida?
Fale mal daqui.
Gai in drerd arein!
Não tenho paciência — nem tempo — para traifeniks!
Sou eu mesma aqui.
E isso mostro nas fotos.
Inspirar judeus, mostrar o que a vida nos oferece aqui —
essa é minha meta!
Venham ser felizes!
Esther Crouch