terça-feira, 21 de outubro de 2025

Uma Mulher Inteira

 



Além da Beleza: O Retrato de Uma Mulher Inteira

Uma crônica sobre ser vista, ser mal interpretada, e nunca deixar de ser verdadeira.

Introdução Durante décadas, ouvi que era bonita. Todos os dias, até os meus 60 e poucos anos, essa frase me acompanhava como uma sombra luminosa. Mas o que poucos sabiam — e menos ainda se deram ao trabalho de descobrir — é que por trás da aparência havia uma alma inquieta, uma mente afiada, uma mulher que jamais se contentaria em ser apenas admirada. Esta é a história dessa mulher. A minha história.

Retrato de uma mulher que nunca foi só o que se via

Ela nasceu com olhos grandes, boca pequena, cabelos lisos e uma delicadeza que fazia o mundo parar. Desde cedo, ouviu que era linda. E continuou ouvindo — por décadas, todos os dias. Mas o que ninguém sabia é que, por trás da beleza, havia uma alma inquieta, uma mente afiada, uma mulher que jamais se contentaria em ser apenas admirada.

Ela cresceu em meio a brigas, aos seis ou sete anos já sabia que o amor podia ser barulhento e confuso. Aprendeu a observar, a decifrar silêncios, a ler entonações. Tornou-se uma especialista em perceber o que não era dito. E isso a isolou. Virou uma bolha. Uma lente. Uma proteção.

Mas ela não se calou. Quando não a enxergavam por dentro, ela provocava. Usava o sarcasmo como bisturi, a rebeldia como megafone. Queria espaço para mostrar sua bagagem — feita de estudo, de fé, de dor, de arte, de coragem. E conseguiu. Às vezes com choque. Às vezes com ternura.

Foi mal interpretada muitas vezes. Por ser bonita. Por ser livre. Por rir alto. Por brincar com o mundo como quem sabe que a vida é breve demais para se levar tão a sério. Mas ela nunca deixou de ser ela. Nunca se moldou ao que esperavam. Nunca se apagou.

Dois homens a viram por inteiro. Dois amores que souberam atravessar a superfície e tocar a alma. E isso bastou. Porque ela não precisava de muitos — só de verdade.

Hoje, aos 75, ela alimenta gatos, cozinha com afeto, e carrega uma história que daria um livro. Ou uma revolução. Ou uma oração.

Ela é feita de luz e sombra. De beleza e profundidade. De riso e resistência. Ela é feita de tudo o que não cabe numa primeira impressão.

Epílogo: A mulher no fio

Se eu pudesse me descrever com uma imagem, seria assim:

Uma mulher de cabelos grisalhos, longos e livres, vestida com uma túnica indiana esvoaçante, caminhando descalça sobre o fio de um arame estendido entre os prédios altos de uma cidade. Lá embaixo, o mundo segue apressado, distraído, ruidoso. Mas aqui em cima, eu me equilibro — com os braços abertos, o vento tocando minha pele, o coração firme.

Não é sobre risco. É sobre escolha. Não é sobre medo. É sobre coragem. Não é sobre aparência. É sobre essência.

Essa sou eu. E quem tiver olhos para ver — verá.

domingo, 5 de outubro de 2025

Massacre 7 Outubro

 




Massacre

Essa guerra está pondo a perder minha humanidade. Compaixão pelo inimigo...?  Fui um dia uma pessoa com mais ternura, mais suavidade. Não nasci assim, dura. Hoje tenho uma compaixão e ternura "seletivas". 

Fui ao oftalmologista a me queixar dos olhos e o doutor me disse que meus olhos estavam secos, sem lágrimas...Interessante o timing.  Deu-me uma prescrição de lágrimas artificiais. Tres vezes ao dia, uma gota em cada olho. Lágrimas sem emoção, bem se vê!

Fui criada para acreditar no bom coração das pessoas, na busca de justiça para todos. Tudo balela.


Quem busca justiça para meu povo? Quem nos dá o benefício da dúvida? Quem nos protege, quem ouve nossos gritos? Quem apazigua nossa dor? Direitos Humanos e um LUXO que não existe para nós JUDEUS, como se humanos não fossemos. A Cruz Vermelha nunca visitou nossos reféns. É um LUXO que não é para minha gente.

Surpreendo-me sem piedade para com o inimigo. Tenho amor por todos os animais, cuido como posso e por vezes ate sem poder, me esforco pelos animais, para dar bem estar, matar a fome, cuidar no frio. 

Por minha gente dou a vida se preciso for. Nem me atenho muito hoje em dia se estamos completamente certos ou se algum erro cometemos. Para mim agora estamos sempre certos, temos razão sempre. 

Essa guerra está a fazer de mim uma pessoa dura, muito embora não amarga. Contudo, guardo mesmo  o que ainda há de doce em meu coração para minha gente e para os animais. De resto tenho sempre o olhar distante, caminho pisando no meu chão, na minha terra regada pelo nosso sangue e pelas nossas lágrimas. Acreditei um dia que deveria estar pronta a ser a voz dos sem voz, sem importar cor, tamanho, forma, nacionalidade, raça ou crença. Não mais. 

Que HaShem se apiede de minha alma e ilumine meus caminhos.

E.C.