Perdas e danos
Mulher de muitos anéis, algumas paixões,duas alianças, um único amor.
Inventa, reinventa, brinca.
Jeito de menina, riso fácil, temperamento de fera. Rugido de bicho acuado. Alerta.Cuidado.
Lágrimas de sangue que se transformam em diamantes,
Cabelos ao vento, mulher sem vintém, três cidadanias e tantos documentos. Fala com os olhos, responde com as mãos e braços, os animais são família.
Sofre abandono, levanta o queixo...Ah é??!!! Kkkll sai rindo, uiva pra lua, tira os sapatos e corre pra grama.
Coisas de mim ou a realidade do exílio de mim mesma...
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Não. Não tenho pressa, não tenho hora. O tempo não importa, ele sobra.
Não pertenço mais a grande cidade, não mantenho mais meu lugar na sociedade que me criou e me deu essa personalidade, que forjou o drama que tao estoicamente sigo vivendo. Esse drama é uma estória de vida escrita por alguém que morreu inúmeras vezes sufocada em lágrimas e que, so escrevendo retorna a vida....
Personagem mau acabada de um livro confuso, medrosa criatura sempre no limiar da loucura tentando cuidar e proteger as duas joias que lhe foram confiadas num imenso assomo de bondade de D's.
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É. É triste embora natural. Acho que...naturalmente triste.
Os amigos começaram a partir ja ha algum tempo. Partidas sem tempo de adeuses...
Personagens que frequentaram minha historia de vida, dando voz ao drama, colocando vez por outra uma fala mais suave. Outras, como caricaturas feitas as pressas, deixaram um sorriso aqui, uma lágrima acolá. Quantos rostos queridos não tive a nobre emoção de vê-los envelhecer junto a mim...Nao me foi dado acompanhar de perto as mudanças que o tempo faz...Fecho meus olhos e esses rostos chegam, para sempre jovens em minha memória. Ouço suas vozes, o sotaque carregado que sempre levaram na bagagem de um pais para o outro. Sinto o perfume de cada um...
Algumas cenas dançam e somem, outras teimam em permanecer ou em voltar outra e outra vez.
A bailarina teima em ser graciosa la no alto andando no fio de arame...la de cima ela sabe que o furinho na meia rendada é imperceptível. Continua segurando seu guardachuvinha como pretexto para algum equilíbrio...Segue sem olhar para baixo ou muito menos para trás. Ela sabe que so pode olhar para frente e sorrir.
Sorrindo ela vai brincando com a vida ate o ato final quando por fim as cortinas se vao fechar e ela sabe que , assim como os amigos que partiram sem tempo de adeuses ela tambem partirá sem a chance de pelo menos dizer Adeus.