quinta-feira, 18 de julho de 2024

Para Renee Willians


Encontro de Almas

Por Esther Crouch

Renee,
Incrível e maravilhoso é o encontro de almas, não é?
Coisa rara — mas quando acontece… é joia preciosa, daquelas que deslumbram a gente.

Afinal, as pessoas estão cada vez mais distantes. Vivemos na defensiva, sempre com medo: medo de nos machucar, de nos ferir, de nos enganarmos. É tanto receio que esquecemos como é bom simplesmente nos permitir.

Você fala dessa crisezinha dos 40/50… Pois para mim, esse despertar só veio aos 60. E me lembro perfeitamente do que senti ao me deparar com essa mudança.

Espantoso como não foi algo sutil, progressivo. Não.
Não foi como o cair de uma pétala.
Foi como dobrar uma esquina e, de repente, frear com força para não colidir com um caminhão que surge do nada, bem na sua frente.

Sim. Um susto.

Lembro do dia seguinte a essa quase colisão… Descobri que estava mais livre, com menos peso nos ombros, com o direito de relaxar. E mais: uma inesperada sensação de poder.
Finalmente eu poderia me expressar sem precisar dos “batedores” — aquelas sirenes e luzes anunciando nossa presença ao mundo.

A partir dos 60, as mudanças vieram rápidas e intensas.
Mas elas me deram simplicidade, humildade, e me aproximaram do que há de mais humano em todos nós.

Havia antes disso uma espécie de sufocamento… que, de repente, deixou de existir.

Bom, acho que me alonguei demais! Desculpe.
Mas é tão maravilhoso saber que encontro ressonância em você!

Obrigada, Renee. Você me enriquece.
Bom dia com carinho.

E.C. & Lev

domingo, 23 de junho de 2024

Sera?




 Será?

Por que essa vontade de ser transparente?
Transparente no sentido de se expor...
Talvez seja um desejo de ser aceita pelo que há por dentro — não apenas um rosto, um sorriso.
Ser troféu angústia, machuca, cansa, exaure.

Queria te dar algo mais.
Queria te oferecer os aromas da minha infância.
Aquela sensação de poder e humildade que eu sentia na adolescência ao presenciar o pôr do sol.
Queria que você pudesse ver a menina crescendo.
Que escutasse — e soubesse cantar — minhas canções antigas.
E entendesse por que gosto tanto delas.

Ah... eu queria te mostrar minhas dúvidas antigas — tantas...
E as poucas certezas que hoje tenho, mesmo quando lanço fumaça nos olhos de quem me vê andando tão segura, tão altiva.

Soltar as amarras.
Assim como se liberta o cabelo cativo dos elásticos e presilhas.

Lembro de uma cena que me marcou muito, num filme:
uma moça ia até onde passava o metrô, e lá esperava...
Esperava até que ele chegasse, para então gritar, soltar um uivo —
e assim liberar, em termos, a angústia que trazia no peito.

Soltar as amarras.
Deixar que você visse o bonito e o feio que existem por trás do rosto e do sorriso.

Eu queria me despir das aparências para ser amada por você. Integralmente.
Será?

Vai ficar sempre o “será?”...

E.C.



quarta-feira, 12 de junho de 2024

Nos vencemos!

 


Bom dia, meu amigo!

Estou bem, obrigada por perguntar.
Sim, estou bem — e feliz.

Os dias aqui são maravilhosos.
Como você bem sabe, vivemos num verão eterno,
cedendo espaço apenas para um pouco de frio no inverno.
Dias radiosos, tão brilhantes que afetam tudo:
as cores das flores, o humor das pessoas.

Estamos, sim, em guerra — uma guerra feia.
Mas esse é o preço de termos um Estado Judaico soberano, não é?
As coisas nunca foram fáceis para nós.
Graças a D’s, hoje somos fortes,
e vamos vencer mais essa guerra!

Queria te dizer que hoje não choro mais
ao ouvir Aznavour cantando Il faut savoir.
Será que cresci? Sei lá…

Conte-me de você. Como a vida tem te tratado?
Nossas predições se mostram tão acertadas, não é?
As linhas paralelas…

Pois é.
Estou bem, e a vida nas montanhas do Galil é doce.
Muito verde, flores exuberantes…
Vez ou outra escutamos alguns resmungos do Hezbollah,
mas vamos vivendo.

De uma maneira ou de outra, posso dizer:
estou no lugar a que pertenço.
Estou em casa, finalmente.

Guardo memórias, sonhos, imagens, perfumes.
Sou uma mulher muito rica —
com uma bela história para contar aos meus netos.

Fique bem.
Arranque a felicidade do mais profundo do seu coração…
e viva!

Nós vencemos!   


E.C. 🙏



domingo, 26 de maio de 2024

WAR 2024


War 2024

Shavua Tov!

I read last night before going to bed that the families of the hostages are speaking out harshly against the government, saying that Israel must end the war so the hostages can be released.

I went to bed and didn’t sleep at all.

I can put myself in the shoes of the families of those who were kidnapped. Yes, I know — the anguish is immense. I know this. But I think they are forgetting something.
Or maybe they don’t understand the danger our state is in — the danger for all Jews in the world, not just Israel.

We CANNOT stop this war — not against the terrorist group Hamas, nor against Hezbollah.
This is a war we cannot afford to lose.
Because if we do, we run the risk of being annihilated.

We are in danger of losing our only refuge: the Jewish National Home.
Do the hostages' families understand this?
Do they truly grasp the magnitude of this threat?

We don’t even know how many hostages are still alive. Every day we find more bodies.
The IDF is doing everything possible to rescue them — it is a priority.
But we have seen that agreements don’t work. They lie. They cheat.
And we cannot trust the intermediaries — they all lie.

They want to bring us to our knees and take over our country.
Do you understand?

They want ALL of Israel. Every inch.

We cannot stop this war.
We must eliminate the enemy NOW.
Tomorrow will be too late.
There might not be a tomorrow.

NOW.

I stand with Bibi in this resolution:
We will not stop the war just to bring the hostages back.

If there are still hostages alive — and may HaShem protect them —
our IDF will rescue them.

And may HaShem help us preserve our HOME: ISRAEL.

Esther Crouch

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Madrugada

A brisa do fim da madrugada
trouxe o canto dos muezzin em forma de lamentos…

E, para completar, em ondas,
o suave perfume das cercas de jasmim
adentrou minha janela
como a matéria de um sonho que tenho vivido.

Na quietude dessas horas tardias,
me encanta olhar as ruas desertas —
e, mais ao longe, os kfarim que iluminam as montanhas.

Sou feliz.
Estou inteira.
Israel é real.

E.C.