domingo, 23 de junho de 2024

Sera?




 Será?

Por que essa vontade de ser transparente?
Transparente no sentido de se expor...
Talvez seja um desejo de ser aceita pelo que há por dentro — não apenas um rosto, um sorriso.
Ser troféu angústia, machuca, cansa, exaure.

Queria te dar algo mais.
Queria te oferecer os aromas da minha infância.
Aquela sensação de poder e humildade que eu sentia na adolescência ao presenciar o pôr do sol.
Queria que você pudesse ver a menina crescendo.
Que escutasse — e soubesse cantar — minhas canções antigas.
E entendesse por que gosto tanto delas.

Ah... eu queria te mostrar minhas dúvidas antigas — tantas...
E as poucas certezas que hoje tenho, mesmo quando lanço fumaça nos olhos de quem me vê andando tão segura, tão altiva.

Soltar as amarras.
Assim como se liberta o cabelo cativo dos elásticos e presilhas.

Lembro de uma cena que me marcou muito, num filme:
uma moça ia até onde passava o metrô, e lá esperava...
Esperava até que ele chegasse, para então gritar, soltar um uivo —
e assim liberar, em termos, a angústia que trazia no peito.

Soltar as amarras.
Deixar que você visse o bonito e o feio que existem por trás do rosto e do sorriso.

Eu queria me despir das aparências para ser amada por você. Integralmente.
Será?

Vai ficar sempre o “será?”...

E.C.



quarta-feira, 12 de junho de 2024

Nos vencemos!

 


Bom dia, meu amigo!

Estou bem, obrigada por perguntar.
Sim, estou bem — e feliz.

Os dias aqui são maravilhosos.
Como você bem sabe, vivemos num verão eterno,
cedendo espaço apenas para um pouco de frio no inverno.
Dias radiosos, tão brilhantes que afetam tudo:
as cores das flores, o humor das pessoas.

Estamos, sim, em guerra — uma guerra feia.
Mas esse é o preço de termos um Estado Judaico soberano, não é?
As coisas nunca foram fáceis para nós.
Graças a D’s, hoje somos fortes,
e vamos vencer mais essa guerra!

Queria te dizer que hoje não choro mais
ao ouvir Aznavour cantando Il faut savoir.
Será que cresci? Sei lá…

Conte-me de você. Como a vida tem te tratado?
Nossas predições se mostram tão acertadas, não é?
As linhas paralelas…

Pois é.
Estou bem, e a vida nas montanhas do Galil é doce.
Muito verde, flores exuberantes…
Vez ou outra escutamos alguns resmungos do Hezbollah,
mas vamos vivendo.

De uma maneira ou de outra, posso dizer:
estou no lugar a que pertenço.
Estou em casa, finalmente.

Guardo memórias, sonhos, imagens, perfumes.
Sou uma mulher muito rica —
com uma bela história para contar aos meus netos.

Fique bem.
Arranque a felicidade do mais profundo do seu coração…
e viva!

Nós vencemos!   


E.C. 🙏