Então, amiga…
Esther Crouch (Mucha)
Você, que conheci menina…
Tenho algumas tantas coisas pendentes para te dizer.
Preciso te contar que, ao correr dos anos,
você me surpreendeu.
Enfrentou e domou dragões,
quebrou vidros e espelhos,
subiu as escadas,
pegou a vida pelos cabelos…
Surpresas!
Sim, verdade.
Também eu, pelo meu lado, fiz mágicas — você sabe…
"Pinto que nasce em estrebaria nunca chega a ser cavalo"
não se aplica a quem sabe
“dar nó em pingo d’água”… rsrsrsrsrs
Que a minha querida Dona Sarah,
lá de onde está,
se alegre por ter cometido esse "errinho",
e se orgulhe da mãe dos “cavalos alados” —
que, sendo dois, já se multiplicam por seis… rsrsrsrsrs
É gostoso ver nossos filhos andando por essa vida
em caminhos que se cruzam,
tornando-nos mais velhas — e, quem sabe, mais sábias.
(Espera… eu disse sábias?)
De minha parte, essa não é uma palavra
que eu usaria para me descrever…
Nestes anos, fui me desiludindo,
paulatinamente, com o ser humano em geral
e com alguns amigos em especial.
Sou de poucos amigos —
e por eles posso dar minha vida.
Mas cobro muito.
Assim como cobro de mim mesma… até o sangue.
Nunca tive misericórdia por amizades “convenientes” —
afinal, essas se tornam altamente inconvenientes
pelo preço que trazem consigo.
Não acredito,
simplesmente não compactuo
com falsidade,
nem com a velha desculpa da “falta de tempo”.
Mas… falando de você:
que se tornou linda, linda —
que já nasceu elegante
e soube tão bem domesticar dragões…
Parabéns, amiga.
Você, para mim, é “gente grande”.
Daquelas que me orgulho de conhecer.
Sair “vestida de olho” —
quando os olhos são de verdade espelhos d’alma —
não é difícil.
Difícil mesmo é precisar de aceitação…
e não obter.
Terrível é delegar uma grande responsabilidade
e se ver traída num momento crucial,
quando o erro não tem volta.
Aí fica a dor —
não só do erro,
mas da decepção.
Gosto amargo na boca.
Poucos são os que carrego comigo.
De amigos verdadeiros, menos que os cinco dedos da mão.
Você é um deles.
Com nossos erros e acertos,
nossa amizade tem sobrevivido com graça e desenvoltura.
Sua presença, em inúmeras passagens difíceis da minha vida,
sempre foi uma constante —
e hoje são lembranças,
memórias que gosto de ter.
A vida passa.
E eu, que vim a passeio,
posso me alegrar de ter tido você como companheira —
mesmo quando o passeio teve fim trágico,
ou triste,
ou mesmo apenas medíocre.
Dê-me sua mão.
Vamos passear, minha… “correligionária”
(como diria o M…?)
Beijos,
Esther Crouch (Mucha)
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