sábado, 28 de março de 2015

Amiga......





Então, amiga…
Esther Crouch (Mucha)

Você, que conheci menina…
Tenho algumas tantas coisas pendentes para te dizer.

Preciso te contar que, ao correr dos anos,
você me surpreendeu.

Enfrentou e domou dragões,
quebrou vidros e espelhos,
subiu as escadas,
pegou a vida pelos cabelos…

Surpresas!
Sim, verdade.

Também eu, pelo meu lado, fiz mágicas — você sabe…

"Pinto que nasce em estrebaria nunca chega a ser cavalo"
não se aplica a quem sabe
“dar nó em pingo d’água”… rsrsrsrsrs

Que a minha querida Dona Sarah,
lá de onde está,
se alegre por ter cometido esse "errinho",
e se orgulhe da mãe dos “cavalos alados”
que, sendo dois, já se multiplicam por seis… rsrsrsrsrs

É gostoso ver nossos filhos andando por essa vida
em caminhos que se cruzam,
tornando-nos mais velhas — e, quem sabe, mais sábias.

(Espera… eu disse sábias?)

De minha parte, essa não é uma palavra
que eu usaria para me descrever…

Nestes anos, fui me desiludindo,
paulatinamente, com o ser humano em geral
e com alguns amigos em especial.

Sou de poucos amigos —
e por eles posso dar minha vida.

Mas cobro muito.
Assim como cobro de mim mesma… até o sangue.

Nunca tive misericórdia por amizades “convenientes” —
afinal, essas se tornam altamente inconvenientes
pelo preço que trazem consigo.

Não acredito,
simplesmente não compactuo
com falsidade,
nem com a velha desculpa da “falta de tempo”.

Mas… falando de você:
que se tornou linda, linda —
que já nasceu elegante
e soube tão bem domesticar dragões

Parabéns, amiga.

Você, para mim, é “gente grande”.
Daquelas que me orgulho de conhecer.

Sair “vestida de olho” —
quando os olhos são de verdade espelhos d’alma —
não é difícil.

Difícil mesmo é precisar de aceitação…
e não obter.

Terrível é delegar uma grande responsabilidade
e se ver traída num momento crucial,
quando o erro não tem volta.

Aí fica a dor —
não só do erro,
mas da decepção.
Gosto amargo na boca.

Poucos são os que carrego comigo.
De amigos verdadeiros, menos que os cinco dedos da mão.

Você é um deles.

Com nossos erros e acertos,
nossa amizade tem sobrevivido com graça e desenvoltura.

Sua presença, em inúmeras passagens difíceis da minha vida,
sempre foi uma constante —
e hoje são lembranças,
memórias que gosto de ter.

A vida passa.
E eu, que vim a passeio,
posso me alegrar de ter tido você como companheira —
mesmo quando o passeio teve fim trágico,
ou triste,
ou mesmo apenas medíocre.

Dê-me sua mão.
Vamos passear, minha… “correligionária”

(como diria o M…?)

Beijos,
Esther Crouch (Mucha)

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