sexta-feira, 29 de julho de 2016

Elegante e ser feliz!






De mim pra vocês...

Sem querer plagiar Vinicius, meu poetinha... mas já plagiando:

Às minhas amigas (de 60 pra mais), magrinhas, magrelas, malhadas e famintas... que me perdoem, mas depois de tudo, ser feliz é fundamental!
Como ser feliz indo a uma festa, pegar um docinho da Fifi, dar uma mordiscada e, discretamente, cuspir no guardanapo — no auge do sacrifício — para não engolir e não engordar?
Como dançar e se alegrar num casamento sem ao menos comer um marzipan...?

Chega um tempo em que as prioridades mudam...
Cheguei à conclusão (bastante alegre e cômoda) de que, após os 60, posso ser um pouco indulgente comigo mesma, me dar prazeres (pequenos ou grandes), sem culpa.
Não digo que relaxar com a saúde seja bom ou sábio, mas também não quero viver uma vida espartana, cheia de regras, de “nãos”, sublimando desejos, fazendo sacrifícios.

Elegância, após os 60, é ser feliz.
É dar risada, tirar uma sonequinha à tarde, comer um bom fettucine ao pesto, tomar um bom vinho — ou quem sabe, um scotch on the rocks à noite.
É usar bons sapatos (que sejam bem bonitos!), mas, sobretudo, muito confortáveis!
Quem vive feliz abrindo mão de um pão francês com manteiguinha, de um húmus com o melhor azeite de oliva, de um labne com uma pita quentinha?

Não.
Não tenho obrigação de estar magra e malhada.
Tenho a obrigação de cuidar da minha saúde — e de ser feliz.

Afinal, tenho netos que gostam de colo...
Como dar colo aos netos queridos, espetando-os com ossos que sobressaem?
Colo de vovó tem que ser macio, com gosto de “quero mais”.

Nada mais de espetar o rosto e injetar botox... (ai, como dói!) — e ficar com aquela cara que a gente conhece tão bem: gente que, ao sorrir, parece triste, ou parece estar fazendo teste para agente secreto sem expressão...
Músculos paralisados... Espeta aqui, ali, mais um pouquinho no canto dos olhos, nos cantos da boca...!

Ah!!! Me deixa!
Hoje, ao me olhar no espelho, encontro uma mulher que viveu e amou muito (e continua amando!), com muitas aventuras e travessuras pra contar, pronta para um amanhã que promete ser ainda melhor!

Gosto muito de mim hoje — como me gostei a vida toda.
Sou uma grande companhia para mim mesma, sei apreciar coisas que muitas pessoas morrem sem sequer saber que existem...

Posso usar cores, muitas cores.
Posso fazer marzipan em casa, comer sem culpa, rir sem medo do plissé das ruguinhas malditas.
Ser eu mesma.
E não ter medo de ser feliz.

Esther Crouch (Karmi’el – Israel, 2016)

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