terça-feira, 18 de abril de 2017

Busca no Espelho



Encontros no Espelho

Mucha (Abril 2017)

Caminhos de vida,
Vida de caminhos.
Buscando a vida,
Vida buscando a alma.

Difícil entender tanta busca,
Surpresas a cada esquina.
Vai, menina, vai andando,
Continua sem parar.

Sei que você não entende —
é difícil mesmo de explicar.
Nem ela sabe aonde
tudo isso vai dar.

Queria tanto que você soubesse o quanto já andei,
quantas vezes tropecei e caí,
me levantei e prossegui.
Queria te contar o que vi e aprendi,
como me machuquei,
como me quebrei em mil pedaços,
que maravilhas de mundo, de cor, de emoções...
Um mundo só meu.
Minha busca. Minhas conquistas.

Fico pensando em como seria
se tivéssemos tempo para sentar e conversar,
ouvir sobre sua vida, seus percalços,
escutar sua voz,
seu riso descontraído outra vez,
seu sotaque forte e doce...

Não quero que as cortinas se fechem
sem termos tido tempo
de abrir o coração,
contar histórias,
olhar nos olhos
e eu te fazer cafuné outra vez.

Olhar no espelho,
ver a sua imagem —
menino sempre,
sempre meu menino.

O tempo passa...
Tantas coisas pra contar,
tão pouco tempo pra me dar...
Palavras engasgadas,
lágrimas represadas.

Será fuga? Será amor? Será ódio?
Tenho ternura.
Ternura pelo meu menino distante —
aquele mesmo menino que mora dentro de você
e frequenta meu espelho,
me acompanha.

Sou a sombra.
Quero ser a luz.
Quero ter respostas.
Quero te encher de certezas.
Quero te assegurar — novamente e finalmente —
do meu grande amor
que sempre foi tão explícito
que chegou a doer e incomodar.

Acho que foi tão grande...
que cegou.

 E. C.

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