quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Meus 20 anos...

 Trechos do Diario de Uma Mulher Sem Importancia

"

Meus 20 anos...

Meus vinte anos se foram.
Longe... muito longe.

Engraçado como, pela manhã, ao acordar, eu tenho 19.
Sinto como aos 19 anos!
Impressionante isso.

Pego a pasta de dente, coloco na escova, começo a escovar os dentes e…
aí, então, olho no espelho.

Quem me olha de volta não é mais a menina.
É a senhora madura que sou.

Só os olhos permanecem.
Na expressão dos olhos se reconhece a menina que fui —
olhar travesso, muitas vezes em atitude de total desafio.

Dou um sorrisinho maroto.
Bato a escova de dentes três vezes na pia.
Essa sou eu.

Eu de muitos nomes.
Alguns apelidos.
Inúmeros sobrenomes.
E uma só face:
mucha-menina-fatal-tristeza-alegria-menina-amante-doce.

Hier Encore”, pela décima vez...
Lindo. Triste. Tão verdadeiro.
Tenho uma versão com Aznavour e Jacques Brel, ao vivo!
Coisa linda. Preciosa.

Tantos projetos...
Quando eu criticava o mundo com desenvoltura...
O futuro estava todo à frente!

Alguns amigos estão mortos. Outros partiram.
O tempo passou.

Mas... continuo sendo uma otimista.
Mesmo quando “Il faut savoir...”
repete suas palavras conhecidas,
falando da “felicidade perdida”
e da “necessidade de se levantar da mesa quando o amor já foi servido”...

"Il faut savoir..." — é melhor se retirar.

Aí entra em cena a menina.
Ela mantém o sorriso.
Levanta o queixo.
Prende as lágrimas.
E segue.
Segue com bravura.

Um testamento deixo aos meus dois filhos:
uma vida vivida com intensidade.

Quando alguém diz que sofri tanto...
De verdade, sofri.
Chorei lágrimas de sangue.
E tudo transformei em mais amor.

Das flores, retirei os espinhos.
Machuquei meus dedos,
mas conservei as flores.
Acreditei.

Segui em frente.
Sorri quando o mais fácil teria sido morrer.

D’s sempre foi meu grande Sócio.
Meu Sócio Majoritário.

Tropeços.
Pedras no caminho.
Dificuldades.

Mas posso dizer, sem hesitar:
Fui imensamente feliz!
Fui muito amada.
Amei muito.
Amo muito.

Conservo emoções antigas.
Guardo “joias” únicas.

Sou uma mulher imensamente rica.
Fui feliz como não conheço outra igual.

O tempo passou.
Tenho no rosto marcas do tempo.
Minha história está no meu sorriso e no meu olhar:
Amor e Felicidade.

Tenho ainda muito a entregar ao mundo.

Criei dois filhos só com a ajuda de HaShem.
Fiz deles dois GENTE, com G maiúsculo.
Dois JUDEUS, com J maiúsculo!

Ah!!!
Eu disse SIM à vida!
E a vida disse SIM pra mim!

Esther Crouch

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Alyiah--alegria de Viver


Buscando a Alegria de Viver?

Estar vivendo em Eretz Israel já é, por si só, um dos maiores presentes que um judeu pode almejar.
O ideal de nossos ancestrais — voltar para nossa Terra e fazê-la florescer.
Ter nossos filhos e netos aqui.
Pisar em solo sagrado...
Viver, respirar este ar.
Estar em contato com nossa gente.

É indizível o prazer de não mais estar entre estranhos, de não mais termos que pedir desculpas por sermos quem somos.

Aqui estamos no Lar Nacional Judaico
e tudo que há aqui é nosso.
E é o melhor.

Nossa gente, ao sair de Mitzraim, trouxe consigo alguns egípcios que logo nos causaram problemas...
Começaram a reclamar da comida, dos percalços do caminho.
Já sentiam saudade da escravidão no Egito — que nunca deveriam ter deixado para nos seguir.

Fizeram o bezerro de ouro,
levaram nosso povo a pecar,
a duvidar de HaShem.

E não parou por aí...
Seguiram — e seguem — reclamando da vida aqui com lamúrias estúpidas e sem sentido.

A você que vem em busca do seu Israel interno,
só posso dizer: bem-vindo!

Mas não se deixe enganar pelos amaleks!
Pegue — segure com as duas mãos — sua preciosa herança
e não permita que os falsos profetas o desencantem.

Israel não é perfeita
mas foi para isso que fomos chamados.
Estamos aqui para tikun olam, para aperfeiçoar o mundo.
Mas antes disso: aperfeiçoar a Terra de Israel,
e nos tornarmos mais dignos de tamanha herança.

O mundo está, mais uma vez, mergulhado em grandes problemas.
E nós, judeus, mais uma vez, somos feitos de bodes expiatórios.
Infelizmente, a História se repete.
Outra vez estamos em perigo.

Temos que nos unir
e fazer uma vida feliz aqui.
E isso só é possível se olharmos para frente —
se enxergarmos o milagre que é esta terra
e não permitirmos que os “egípcios” que teimam em permanecer entre nós
nos tirem a alegria e o orgulho de termos conseguido esta Aliá.

Quem não gosta daqui
que volte de onde veio
e viva a vida medíocre que a diáspora oferece.

Falo de valores — valores de um judeu consciente.
Nem estou falando dos goyim.
Falo de prioridades,
de uma visão que um goy não enxerga
nem entenderia, mesmo que enxergasse.

Precisamos saber o imenso privilégio que é ser judeu,
e mais ainda:
fazer parte dessa História.

Sinto orgulho.
Muito orgulho de estar aqui,
e de ver meus netos aqui.

Quando pego um ônibus após o fim de semana
e vejo nossos chayalim voltando...
tão jovens, tão lindos, tão mentch...
Tão diferentes dos jovens do mundo inteiro...

Somos um povo realmente diferente dos outros povos.
Não nascemos iguais.

E é com muito orgulho que digo:
ser judeu é um imenso privilégio.
E viver em Eretz Israel
um milagre que temos que fazer por merecer.

Com o cálice transbordando...
Esther Crouch